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Assim como a lua, sou feita de fases!

8 de jul. de 2014

O sonho não acabou...

Tudo começou quando o Brasil foi eleito para sediar a Copa do Mundo em 2014. Parecia uma excelente ideia, algo inusitado, algo tão sonhado para o "país do futebol". Até começarem os rumores de que a chefe do poder executivo isentara a FIFA dos impostos para a realização da "Copa das Copas" em solo brasileiro. Então começaram as obras, superfaturadas, atrasadas, mal planejadas. E o povo começou a se perguntar: "será mesmo vantajoso sediar o mundial com tantas outras prioridades?". E o dinheiro que precisava ser destinado à educação, saúde, transporte e segurança estava sendo despejado em obras e mais obras para a chegada da Copa. E quanto mais se liam notícias, mais revolta causava aos brasileiros, que viam seu dinheiro erguendo estádios que eles seriam incapazes de entrar por causa do valor elevado dos ingressos. Então vieram as manifestações, as pessoas começaram a se erguer contra esse absurdo, começaram a mostrar a cara e dizer que não concordavam com a falta de responsabilidade dos governantes de despenderem tanta verba para algo passageiro, e clamavam por melhoria nas condições de vida. Porém, já era tarde demais, já estava feito, a Copa aconteceria independentemente da opinião da população. E a Copa começou. No princípio houve quem quisesse "impedir", houve vaias à presidente, houve até mesmo ódio à Seleção Brasileira, inclusive torcida contra. Contudo, ao início dos jogos, o contexto começou a mudar, as pessoas começaram a se reunir para ver a Seleção verde e amarela entrar em campo, começaram a expor o tal "orgulho de ser brasileiro", todo mundo torcendo para o Neymar fazer um gol, vibrando quando o Brasil passava para próxima fase. A cada novo jogo as comemorações aumentavam, as "Fifa Fan Fest's" lotavam e o povo sorria por poder ter mais um dia de folga. E cai um viaduto em Belo Horizonte, mata duas pessoas e deixa vários feridos. E o povo novamente começa a desfiar seu ódio pelas redes sociais, se dizem indignados e  revoltados, culpam todos os políticos brasileiros, culpam a FIFA, a Copa, a Seleção, e quem mais estiver na reta. Realmente, o viaduto foi construído pelo fato da Copa ser aqui, o prefeito também não pode ser eximido de culpa, nem quem planejou a construção, mas a culpa primeira é minha, é sua, por ser um brasileiro tão relaxado e não exigir dos nossos governantes qualidade nos serviços públicos, já que o que levantou aquela merda foi o nosso dinheiro, e quanto dinheiro. Mas cinco dias após o desastre, as pessoas voltaram a se reunir, voltaram seus olhos para os jogadores que iriam trazer o tão sonhado hexa, sem a estrela principal do time juraram que fariam uma linda partida, iriam para final. Todavia, assim como um viaduto cair é uma coisa que acontece, a seleção que foi campeã por cinco vezes perder de 7 a 1 também. E a única alegria do brasileiro apaixonado por futebol desde a infância, depois de tanto tomar no olho (pra não dizer outra coisa), vai embora em pouco mais de noventa minutos, na verdade em menos de vinte e cinco minutos. E aí o brasileiro começa a mostrar como é espirituoso, cheio de piadinhas e tenta dar a volta por cima através do humor. Apesar disso, alguns preferem ser babacas e dizer coisas do tipo: "bem feito; a Seleção tinha que se foder mesmo; país de merda". Dentre outras coisas idiotas nesse sentido. Depois de tudo isso, o que eu realmente gostaria de expor é o que eu conclui dessa Copa. Primeiro, ela não deveria ter acontecido, não agora, pois o Brasil possui diversas outras prioridades. Mas aconteceu. Segundo, ela aconteceu, está acontecendo e todo mundo se aproveitou dela de alguma maneira, seja se livrando de um dia entediante de trabalho, seja unindo-se com a família e amigos para beber cerveja e comer churrasco ou simplesmente para apreciar um bom futebol. Terceiro, que todas as marcas ruins que essa Copa deixou impressa na alma de nosso país seja revertida em consciência política.
Portanto ao invés de tentarem se mostrar "politizados" sendo totalmente ofensivos nas redes sociais com os últimos acontecimentos, e tentar se mostrar o foda pelo fato de você achar tudo isso uma palhaçada, mostre sua inteligência nas urnas!
E como diz o título "O sonho não acabou...", pelo menos não o de se criar um Brasil melhor...

6 de set. de 2013

Era uma vez...

    ... uma menina inocente, daquelas que sonhava com os contos de fadas e ansiava por seu príncipe encantado, que viria buscá-la em um cavalo branco e a faria feliz para sempre. A realidade sempre batia em sua porta, mas ela se negava a atender, continuava a alimentar seus sonhos de garota, suas fantasias, e cada vez se fechava mais em seu mundinho colorido, onde reinava a paz e o amor.
    No seu mundo encantado ela vivia as estórias mais lindas e divertidas, era um lugar particular onde somente o que era bom podia entrar, somente o que convinha podia participar. Ninguém podia invadir e destruir sua fortaleza imaginária e ninguém ousava fazê-lo, exceto a realidade que vivia procurando uma brecha. 
    A menina vivia pelos cantos sozinha, às vezes com seus amigos imaginários, era como se o exterior fosse apenas algo ilusório que existia para chateá-la, e que as pessoas que estavam em sua volta estavam ali para rir dela, mas ela não se importava muito, pois sabia que o paraíso estaria esperando por ela no fundo de suas imaginações. Toda vez que se sentia sozinha (na maioria do tempo), a menina se refugiava em seus devaneios, onde a perfeição a carregava no colo e não a deixava chorar. 
    Seu sorriso era o mais lindo e sua risada a mais contagiante, que ela insistia em expor para provar que dentro de si é que estava a felicidade de fato. Sentia-se constantemente aborrecida pelo mundo não seguir seus padrões de realidade, ficava realmente impressionada com a crueldade exterior, por isso preferia esconder-se em sua mente e ficar tranquila na paz que exalava de seu interior.
    A menina foi crescendo e seu mundo paralelo foi ficando pequeno para seus desejos e ela foi se acostumando com o mundo exterior que a cercava. Porém ela jamais abandonou seu mundinho, ela sempre dava um jeito de esticá-lo, o que ela não podia fazer é sair da bolha que ela  mesma tinha criado.
    Certa vez, ela permitiu que outra pessoa participasse de seu mundo perfeito, pensou que finalmente tinha encontrado alguém para lhe fazer companhia além de seus bichinhos fofos. Ela se sentia completa perto dele, sentia vontade de estar com ele sempre. O coraçãozinho daquela menina estava sentindo um sentimento novo, desconhecido, e ela mergulhou de cabeça esquecendo novamente a existência do mundo exterior. Até que um dia esse alguém fez seu mundo despedaçar.
    E foi assim várias vezes, ela tentou recomeçar de novo, de novo, de novo e de novo, reconstruir seus sonhos e a perfeição da paz e do amor, mas todos insistiam em fazer a mesma coisa, desmoronar e destruir seu paraíso, massacrar o seu mundo, ridicularizá-la e mostrá-la o quanto ela era idiota de alimentar uma ilusão tão mesquinha. E cada um que passava deixava um estrago maior, e ficava cada vez mais difícil levantar as paredes do seu mundo colorido.
    Foi quando ela decidiu abrir a porta para a realidade e viu que seu mundo estúpido não passava de uma verdade inventada e fez questão de destruir e acabar com qualquer vestígio daquele lugar que a fez perder tanto tempo na vida. Ao colocar os pés no mundo real ficou perdida pelos labirintos escuros, mas decidiu enfrentar aquilo sozinha e do jeito dela.
    E a doce menina inocente do começo da estória? Virou uma mulher fria e desiludida, desacreditada dos sentimentos estúpidos que um dia pensou que sentira. E continua caminhando no escuro procurando sua luz.

10 de jul. de 2013

Pensamentos desconexos

É como dizem "as vezes a madrugada foi feita pra pensar e não dormir"... fico aqui em meus devaneios, pensamentos, sonhos, esperanças, imaginando um futuro que me parece tão distante, uma realidade impalpável! Tantos planos, tantos objetivos, tanta vontade de fazer dar certo, mas um desanimo tão grande de prosseguir, acreditando que sempre vai ter um pra derrubar seu castelo de areia e desmoronar todos os seus sonhos... Daí chegam momentos na vida que nós simplesmente cansamos... cansamos de esperar pelas pessoas, de esperar atitudes, de esperar novas oportunidades, por mudanças ou por um simples telefonema... chegamos em um ponto que não temos mais esperança no amor, na fidelidade do ser humano, na felicidade plena ao lado de alguém que te faça bem. Desacreditamos em sentimento sincero e a cada nova descoberta desagradável é como se a parede de gelo que envolve o coração ficasse maior e com mais espessura e não há dias de sol que a derreta! As pessoas não sentem o menor remorso em te usar como objeto de satisfação pessoal e ainda reclamam do seu jeito estranho de lidar com as situações. Nada me consome mais do que a raiva por ter sentimentos tão involuntários e de acreditar nessa palhaçada que existe uma metade para cada um... nasci completa, não me falta pedaço algum! A repressão à novos sentimentos é uma forma viável de não cair na tentação da paixão... Está tudo desconexo, porém escrever sempre foi meu refúgio, o meu mundo paralelo, minha fuga e agora estou perdida em minhas próprias palavras. O que fazer quando sua única saída se torna seu labirinto?

28 de jan. de 2013

Tragédias, luto!

Falam de mais de 200 mortos em uma boate que pegou fogo. Realmente foi uma tragédia indescritível, algo desesperador, afinal de contas morrer enquanto se divertia deve ser de fato algo terrível! Imagino também o sofrimento das famílias, vidas tão jovens se esvaindo com as chamas... Porém o que mais me irrita é o sensacionalismo acerca desse assunto... E as vidas que são perdidas durante o Carnaval? Que também é uma comemoração que temos todo ano, uma diversão digamos assim... Isso não é levado em conta? Não deve ser também alvo de sensacionalismo? E nossas crianças de lugares pobres como o nordeste, as favelas, que são vítimas da fome e da violência todos os dias, e que também morrem, não merecem a atenção da mídia? E as vítimas de acidentes automotivos, de motoristas imprudentes e alcoolizados, não merecem ter uma repercussão? E os nossos jovens perdidos pelo tráfico e pelo uso constante de drogas, que são levados de suas mães tão cedo por balas espalhadas pelo corpo ou por uma overdose, não é motivo de preocupação? E as pessoas que morrem nas filas de hospitais públicos esperando atendimento, não são dignas de importância? E as mulheres que são espancadas até a morte, estupradas e inferiorizadas, pouco importa?  Acorda Brasil, ocorrem tragédias todos os dias, então devíamos estar de luto todos os dias, pelas nossas crianças, pelos nossos jovens, pelos nossos idosos, pelo nosso povo que sofre os 365 dias do ano e ainda luta pra não morrer, de fome, de doença, de descaso! Luto sim pelos mortos no incêndio na boate em Santa Maria/RS, mas luto também pelas vidas que perdemos todos os dias em nosso país, lugar onde valorizam mais o dinheiro, a corrupção e enaltecem interesses individuais! 

26 de nov. de 2012

Mundo particular

Às vezes acho que eu deveria pertencer a outro mundo, principalmente quando vejo os absurdos que o ser humano é capaz de fazer contra a sua própria espécie. É estranho ver o homem acabando com florestas, rios, mares, faunas e floras com o pretexto de 'evoluir', de se 'modernizar'. Acabar com sua própria casa, o meio ambiente, é evolução? Acabar com recursos indispensáveis para sua sobrevivência é moderno? Se a resposta for sim, sinceramente, eu estou no lugar errado. Nada disso pertence as minhas convicções. Cheguei a um ponto em que viver em sociedade me cansa, estar sozinha às vezes me parece mais vantagem. Fico em paz quando não ouço nenhuma voz, nenhuma gritaria do dia-a-dia, contento-me apenas com o canto dos pássaros, melhores companhias do que muita gente por aí... A sociedade é cansativa, o cotidiano é maçante e a rotina é torturante, e o que me salva desse inferno que é a civilização é meu mundo paralelo, onde as coisas são perfeitas, onde o céu tem mais cor e as estrelas maior brilho, onde os animais são livres de torturas e as águas livres de poluição, onde o ar é respirável e o sol não queima tanto. Parece algo ilusório, e pode até ser num primeiro instante, mas quando você tem um mundo particular a realidade se torna mais tolerável. Não digo para desprender-se de todo o mundo real e abastecer-se somente de imaginações, porque querendo ou não é necessário que encaremos o mundo objetivamente. Mas digo que precisamos de um descanso, mesmo que psicologicamente, em um lugar tranquilo, que deveria existir de fato se o ser humano soubesse o que é preservação, mas que somente é possível em nossos delírios.